18 de março de 2010

Eduardo Paes ataca rede hoteleira e insiste em mudanças no projeto Rio-2016





18/03/10 - 15h48 - Atualizado em 18/03/10 - 15h48
Prefeito concentra esforços na revitalização da zona portuária da cidade

Lydia Gismondi
Rio de Janeiro

Eduardo Paes (à dir.) abraça Pasqual Maragall Apoiado nos moldes dos Jogos de Barcelona-1992, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou nesta quinta-feira que pretende fazer das Olimpíadas de 2016 um meio de transformação para regiões que, segundo ele, estão entre as mais necessitadas da cidade. Para isso, porém, terá de mudar alguns aspectos importantes do projeto aprovado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Paes, que nesta quinta-feira oficializou a parceria com a cidade espanhola durante o seminário “A Olimpíada e a Cidade: Conexão Rio-Barcelona”, aproveitou para atacar a rede hoteleira carioca.

A forma como Barcelona driblou os problemas enfrentados com a rede hoteleira também servirá de parâmetro. Prefeito da cidade espanhola naquela época, Pasqual Maragall afirmou nesta quinta, no Rio, que encarou grande resistência do setor, mas conseguiu superá-la. Paes, no entanto, deixou claro que esse entendimento ainda está distante da realidade na cidade maravilhosa.

- A situação é muito parecida com a de Barcelona. A rede hoteleira sentou no trono e está deitada em berço esplêndido feliz da vida com as tarifas que pode cobrar e com os poucos investimentos que precisa fazer."
Eduardo Paes voltou a falar sobre a ideia de levar o centro de mídia das Olimpíadas de 2016 da Barra da Tijuca para a zona portuária, região que será revitalizada.

- Os incentivos que vamos ter que dar aqui, como deram em Barcelona, são com recursos públicos. Portanto, eles só se justificam se forem transformadores. Então, já que é para o poder público incentivar, por que não incentivar áreas que de fato precisam deste incentivo? Essa foi um pouco a lógica de transformação de áreas degradadas de Barcelona – disse.

Em outubro do ano passado, o prefeito já havia criado polêmica ao levantar a possibilidade de mudar o projeto. Na ocasião, Gilbert Felli, diretor de Jogos Olímpicos do COI, disse estar “surpreso por ouvir que o prefeito quer mudar o planejamento apresentado pela cidade no dossiê”. Paes, no entanto, segue firme em seu objetivo.

- Estamos fazendo uma parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) para discutir de que maneira nós podemos potencializar o uso do porto. Eu acho que eu já passei um tempo grande demais dizendo: “Vamos tentar levar algumas coisas para a área central da cidade?”. Mas eu não posso ficar de menino reclamão. O que precisamos agora é apresentar uma proposta que mostre que dá para operar as Olimpíadas no centro da cidade e que isso não vai atrapalhar o sucesso dos Jogos – insistiu Paes.

Os projetos realizados nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992 servem de inspiração para o prefeito do Rio. Paes quer usar a experiência bem-sucedida na Espanha na zona portuária da cidade brasileira.

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- Todas as vilas foram levadas para essas áreas degradadas da cidade. Eu fui a Barcelona pela primeira vez em 1990 e me lembro do grau de degradação que se via nessa região da zona portuária. Hoje, é uma área com habitações de classe média, de altíssima qualidade, que foram construídas para os Jogos Olímpicos – destacou.
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